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RESPONSABILIDADE COLETIVA

Por Leandro Salgentelli •
domingo, 10 de dezembro de 2017

 Eu sinto emoções diversas quando converso com um extremista de direita, quando leio conteúdo disseminado pelos seguidores de Trump, de Bolsonaro e de tantos outros que não tem sua imagem estampada nos grandes veículos de comunicação, mas causam algum estrago em qualquer lugar que aparecem, afinal, tão mais fácil chamar a atenção pelo que trazem de pior, não é mesmo?

 É sabido que essa estratégia política não é recente, aliás, a história mostra que por trás das grandes guerras sempre tiveram um líder opressor, um extremista que apresentava soluções instantâneas para uma sociedade complexa. O que não funcionou, óbvio, mas certamente estamos a repetir o que já aconteceu por distorcer a história, por dar voz aos falsos heróis e que basta apresentar os vilões que isso automaticamente levaria para o bom andamento da solenidade.

 Falta quase nada para o ano acabar e já temo pelo que vem depois. São tempos emblemáticos, pois barbárie reina o século XXI. Intuito que a exaustão que vivemos hoje é fruto do medo, da insegurança, da incerteza, como bem apresentou Zygmunt Bauman em seu livro “O mal-estar da pós-modernidade”.

 Impossível falar sobre o caos que vivemos hoje sem tocar no conceito que ganhou fôlego em 2016: a pós-verdade, que inclusive foi tema do meu Trabalho de Conclusão de Curso. A pós-verdade, segundo o dicionário de Oxford, denota que as verdades factuais não têm relevância diante das crenças pessoais.

 Ex: há quem acredite que a terra seja plana, mesmo tendo estudos que comprovem o contrário, que o planeta é redondo, uma bola imensa no meio do nada.

 Há quem acredite que o Regime Militar foi algo bom, mesmo existindo relatos, livros, documentos, arte em geral que expressam o que aconteceu na época: censura, perseguição política, repressão, suspensão dos direitos constitucionais que abalaram a democracia. Fora as torturas, mortes de inocentes e as atrocidades mais terríveis que o país já viveu.

 Que a chegada do Natal, época em que a racionalidade abre brechas para a emoção e o amor e o ódio são simplificados pelo acolhimento, sejam motivos de reflexões, pois o futuro nunca esteve tão comprometido como agora. A imbecilidade nunca teve tanto holofote. A burrice conceitual nunca sobressaiu ao ego e ganhado tanta repercussão.

 Que o Natal e o Ano Novo sejam mesmos motivos de reflexões sobre os rumos que o país vai tomar nas eleições de 2018. Porque podem marca a história. E eu, você, todos nós, temos responsabilidade sobre o que acontece depois. Se houver depois.

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