Destaques

[FRANCA MENTE] O AMOR PODE SER SIMPLES?

Por Francine S. C. Camargo •
domingo, 29 de março de 2020

O que é o amor? Um conto simples, dito de muitas maneiras.
- Emile Zola

RETOMANDO O AMOR EM sua amplitude de significados, eu me pergunto, então: amar é fácil, mas será difícil aprender?

 Não tem a ver com estratégias, programações, e sim com doação e devoção. Talvez seja uma forma de abrir as portas de si, escancarar as entradas do outro, fazer-se o mais inteiro quanto possível, mesmo que colado e com rachaduras, não temer mostrar-se do avesso, mesmo transbordando em sangue, renúncias e decepções, pois ainda que essa não seja a nossa melhor forma, continua sendo real.

 Parece complicado, não? Será que dá para simplificar?

 Sempre dá. Seguem abaixo as melhores definições que encontrei, após vasta pesquisa na internet. Todas as frases abaixo foram ditas por crianças, e ouso dizer que não poderia me deparar com nenhum aprendizado maior.

Amor é o que faz você sorrir quando está cansado.

Amor é motivo para chorar.

Amor nunca acaba.

Amor é um sentimento bem grande no coração.

Quando alguém ama você, a maneira como ela fala seu nome é diferente.

Amor é quando a pessoa te magoa e muito magoado você não grita, porque sabe que isso fere os sentimentos dela.

Se você quer aprender a amar melhor, você deve começar com um amigo que você odeia.

É gostar de uma pessoa e ir atrás dela.

Amor é quando você oferece suas batatinhas fritas sem esperar que a pessoa ofereça as batatinhas dela.

Amor é uma coisa louca e maluca.

Amor é quando a mamãe dá ao papai o melhor pedaço de frango.

Amor é carinho, paz, alegria.

Amor significa tudo porque com amor você pode fazer coisas impossíveis.

Amor é um abraço, um beijo no coração.

Amor é um coração tão grande, mas tão grande, que não dá para quebrar nem separar.

Amor é quando seu cachorro lambe sua cara mesmo depois de você tê-lo deixado sozinho o dia inteiro.

Quando você ama alguém, seus cílios sobem e descem e pequenas estrelas saem de você.

Amor é o que está com a gente no natal quando você pára de abrir os presentes e o escuta.

Você realmente não devia dizer eu te amo a menos que realmente seja verdade. Mas se for, você deve dizer muito. As pessoas esquecem.

Eu sei porque eu sei que ele fica no céu, flutuando, e aí ele decidiu vir pra cá, entendeu, dentro do coração.

Quando você fala para alguém algo ruim sobre você mesmo e sente medo de que essa pessoa não venha a te amar por causa disso, aí você se surpreende pois ela continua te amando e até mais.

Amor é tipo dois meteoros caindo juntos.

Na verdade, eu não tenho certeza para responder essa pergunta.

 Numa época em que o medo toma conta dos nossos dias, vinculado ao tédio e revolta para uns, à melancolia e desesperança para outros, à exaustão para a maioria, é possível que o amor não seja mais somente necessário, mas que seja prioridade. Prioridade em cada ato, em cada cuidado, em cada coragem de ‘sim’, em cada decisão de ‘não’, em cada primeiro e último pensamento, de uma forma em que haja clareza, em vez de joguinhos, que haja transparência em vez de meias palavras, que não se imponham bloqueios, mas se fabriquem estradas para nossas casas, que olhemos um pouco para fora dos nossos casulos.

 E que o amor seja sim trivial, como uma batatinha dividida, uma página com letras coloridas, como meteoros colidindo juntos, como uma falta de certezas, mas com a ligeira sensação de que com ele, o impossível vira um simples possível.

Comentários via Facebook

0 comentários:

Postar um comentário

Deixe sua opinião para nós do Refúgio Literário

Publicidade

iunique studio criativo

Instagram

    © Refúgio Literário – In Livros