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[FRANCAMENTE] QUANDO AS ASAS SE QUEBRAM

Por Francine S. C. Camargo •
domingo, 19 de maio de 2019

Entre na minha vida com sutileza.

Eu estava voando e, repentinamente, percebi que a trajetória traçada, antes já sinuosa, transformou-se em um completo ziguezague, cujo ponto de pouso é traiçoeiro. Quando olhei para trás, minhas asas estavam partidas e, até então, eu pensava que era o vento que sobrecarregava meu corpo.

Não me desacredite.

Mas é mais fácil negar que não tenho mais abrigo. Finjo que o consolo está presente e me abandono nessa inocência, mesmo que a rachadura seja facilmente observada ao reflexo do espelho.

Meu adeus não é reversível.

Tantas vezes procurei aquela paz das confidências e a linguagem foi parceira até o momento em que resolveu ferir e a palavra ficou perdida, sílaba a sílaba separada, feito cristal fendido.

Depois dos cacos, renovação.

E hoje quero me reencontrar comigo mesma. Deixo os pedaços de lado, à vista, para que os mesmos enganos não me enlouqueçam.

E guardo a conclusão.

Nem toda dor requer analgésico, nem toda solidão se satisfaz com companhia, nem toda queixa necessita ser invadida. Não sei onde fica a oficina das asas. Algumas coisas não têm conserto.

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1 comentários:

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