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O JEITO CERTO DE AMAR

Por Salvattore Mairton •
segunda-feira, 28 de agosto de 2017

 Recentemente ouvi de uma pessoa muito querida que ela finalmente acreditava ter aprendido a amar ao seu companheiro. A situação me pareceu meio absurda a princípio, pois sempre se espera que a pessoa que esteja a seu lado seja alvo do seu amor incondicional; porém são tantas as nuances de nossa existência que podem nos ligar a outras pessoas pela mera conveniência que não cabe a nós julgar, apenas entender,  respeitar e sentir o desabrochar natural dos sentimentos.
 Contudo, o que mais me chamou atenção nessa declaração foi o fato de que a pessoa em questão se questionava se aquele, de fato, seria o jeito certo de amar; e foi este questionamento que me motivou a escrever a coluna de hoje. Será que realmente existe o jeito certo de amar? Aquela pessoa que ama loucamente a ponto de cometer loucuras em nome do amor está se excedendo e amando de modo errado? Aquele que é mais calado e sente dificuldade em demonstrar com palavras o que sente, mas que mesmo assim sabe que ama a outra pessoa, deveria agir de modo diferente? Há espaço para cobranças, dúvidas e incertezas quando se ama de verdade? Deixar que a outra pessoa siga em um outro relacionamento, mesmo quando você a ama com todas as forças, é mostrar que não se tem amor próprio e, portanto, errado? Sair de um relacionamento abusivo, pois é necessário primeiramente aprender a se amar, para depois amar ao outro, é correto ou errado? De fato, eu não sei se existe alguma resposta certa para essas perguntas; mas, como uma romântica assumida, acredito em todas as formas de amor!

 Um pai e uma mãe demonstram o amor que sentem pelos seus filhos quando os assumem, mesmo estes sendo frutos de uma gravidez indesejada; casar-se apenas por este motivo, no entanto,  não é o ideal; afinal, o casamento é um compromisso REAL que envolve a vida de várias pessoas, com as quais não se deve brincar; mas, certamente, ao escolher casar sem estar certo de que aquela é a pessoa com quem se espera ter uma vida, é uma prova de completa abnegação e amor incondicional àquele pequeno ser que está sendo gerado.



 Quando se respeita um compromisso assumido, priorizando o bem-estar da pessoa ao seu lado, mostrando-se companheiro na hora em que esta mais precisa, também é uma forma de demonstrar que a ama.

 Ao sentir aquele frio na barriga ao saber que irá ver, ouvir ou ler qualquer coisa dita por aquele alguém  especial, definitivamente se tem um indício de que uma paixão começa a surgir, e para que a mesma vire amor é um pulo.

 Esperar que a vida seja arrebatada por um grande amor como aqueles que vemos nos filmes ou nos livros, e só reconhecer a estes como legítimos e certos, definitivamente não é a melhor forma de se viver. Na vida real, a rotina, o trabalho, os filhos, e o dia a dia podem fazer com que o ímpeto que existe no início do namoro adormeça, mas isso não quer dizer que o amor já não existe mais. Na verdade, é nessa hora que vemos o amor em sua forma mais PLENA e REAL; pois é no apoio incondicional, na capacidade de ouvir e entender, no desejo de proteger e cuidar de quem está ao seu lado que o amor se faz presente. Então, para mim, não há de fato um jeito certo de amar. O que há é a súbita necessidade de viver e sentir que já amou.

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