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Tips&Tricks por Delson Neto: Explorando Cenários

Por Salvattore Mairton •
sexta-feira, 3 de março de 2017
E aí, galerinha! Tudo bem com vocês? 

Carnaval se foi e cá estou de novo! 

Se é sua primeira vez aqui na minha coluna: seja bem vind@! Se já andou por essas terras aqui antes, tá sabendo que eu sou escritor e autor da saga de fantasia Os Guerreiros de Alquemena, que eu comecei os primeiros esboços e tive a ideia para esse universo quandro criança. No ano passado 'A Jornada de Lorenai' saiu pela Editora Arwen e também 'A Bolsa de Contos de Naví' no Wattpad. 

Nem todo mundo gosta de mundos fantásticos, necessariamente, mas acho que todos nós como leitores gostamos de escapar de onde estamos para um novo ambiente, certo? Hoje vou comentar um pouquinho sobre a construção dos cenários em uma história! 

Hoje teremos companheiros fofos no post, 
aguenta aí! 

Okay – personagens criados, trama traçada e é hora de escrever. Mas onde tudo isso que criei ficará? Minha história vai se passar em um único lugar? País? Dentro de uma casa? Parecem perguntas bobas e decisões que podem ser tomadas ao acaso, porém, o ambiente do enredo pesa demais na hora de descrever e principalmente inserir o leitor no seu ponto de vista. Cá entre nós, como leitores, é terrível começar uma história sem senso de direção algum! (não que eu tenha muito senso de direção). 

Ao escolher um cenário, além de ser necessário termos um bom conhecimento do local – ainda que seja novo e criado por nós – temos que retirar todo o medo de nossos corações. Vão surgir pessoas dizendo que é clichê fantasia ambientada em cenário medieval, sci-fi no futuro, drama em um casarão luxuoso. Gente? Tá tudo bem usar ferramentas já usada antes, o que vai provar o poder da sua história é a forma de contá-la, e isso vale para qualquer gênero que escreva ou leia! 

Pichu e Wobbuffet casualmente fugindo de um Golem – inocentes fugindo de um monstro, em um cenário medieval. Dá pra história rolar bem? 

Construir um cenário não envolve só aspectos visuais. Veja, somos seres muito, muito sensíveis (mesmo que você seja como eu e tenha um coração de gelo), eu tive uma professora de redação que certa vez disse algo que eu sempre carrego comigo, e acho que já até citei por aqui: “não temos que ler só palavras, ou livros, temos que ser leitores da vida!”. Te dizer que ela estava certa. Depois que você aprende a ler tudo que está a sua volta, desde os estímulos de imagem, ao som da porta do ônibus, o cheiro do café, o seu bom ou mau humor, você muda como leitor e escritor. 

Pichu muito escritor sentado e olhando para tudo a sua volta – como ficam as cores de Dratini e Wobbuffet nesse cenário? Que cheiro será que tem essa salinha? 

Toda vez que penso em um ambiente para inserir determinado personagem, seja o local de onde ele veio, ou onde agora vive, abraço todos os aspectos possíveis daquele lugar (às vezes exagero, mas aprendemos a podar essas coisas). Por exemplo: no conto Beber ou Morrer (link: A Bolsa de Contos de Navi - Wattpad) a Fada Verde é a personagem principal apresentada, ela por si só carrega um cheiro específico, como posso inseri-lo no ambiente escolhido? 

“Como se tratava de um golpe armado pela Fada Verde outro cheiro permeava o ar – o de álcool, que derretia as linhas paralelinérveas das folhas, e trazia mais tonalidades à paleta das flores que desabrochavam na madrugada.” 

Ainda que de uma forma cheia de firulas na descrição, conseguimos entender que ela está em uma mata, ou algo do gênero, e o direcionamento da história. Os personagens e o plano de fundo sempre tem que estar em muita sincronia – afinal, eles são de carne e osso (ou até podem ser fantasmas dependendo do que você escreve haha) e não estão neutros no local. 

“Credo, esse cheiro da Fada Verde” - Pichu 

Com tudo isso em mente, passamos a desenhar em nossas cabeças por onde nossos personagens vão passar e onde a trama será desenrolada. Minha história tem muita referência da fantasia clássica, os Reinos são imensos, cheios de florestas, criaturas e um diferencial: aqui, o céu começa a ser consumido por rochas que flutuam e privam os seres de sol e chuva, causando uma boa devastação. Bem, minha cabeça doida criou isso: e agora, que sensação essas rochas transmitem? Como é ficar embaixo delas? Construir um ambiente é uma lição de empatia com o personagem. 

“QUE DOR DE CABEÇA” - diz Wobbuffet enquanto Pichu nem percebe as rochas ali em cima. 

Quando lemos uma história sentimos a necessidade de ser parte daquilo, e pode ser o cenário menos favorável, ou mais simples. Queremos sentir a garoa de uma cena de romance, o aroma das flores do campo daquela história de fazenda e o odor enjoativo dos esgotos da metrópole. Mesmo que seja sem querer, a imersão é muita mais gostosa quando criamos laços com o local presente ali nas páginas. Então se você escreve, ou lê muito, bora explorar a quantidade de mundos que temos nas prateleiras, independente de como eles sejam: eles estão prontos para nos receber! 



O livro esgotou na Editora Arwen devido a promoção de carnaval!  superfeliz, mas meio aflito sobre ter ou não uma segunda tiragem. Oremos! Por enquanto, vocês podem conferir nos links abaixo uma degustação e um livro completo de contos. Ambos gratuitos no Wattpad! 

→ http://tinyurl.com/faunonavi  

→ http://tinyurl.com/leialorenai 

Espero que gostem e que tenham um ótimo final de semana. 
Até a próxima sexta! :D

Comentários via Facebook

31 comentários:

  1. Ola
    Uma das coisas que mais chama a minha atenção nos livros são os cenários, especialmente por suas explorações, o que na minha opinião, valoriza ainda mais o desenvolvimento. Um dos gêneros que eu mais curto é a fantasia, então adoro poder me aprofundar mais nas ambientações escolhidas. Adorei seu post!
    Beijos, F

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    1. Que bom que gosta de fantasia! Sempre bom achar amantes do gênero hehe
      Beijoos

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  • OIe!
    Eu sempre fico imaginando como é um cenario de uma história, tentando visualizar todos os detalhes que o autor apresentou no texto. Mesmo assim, eu gosto de ver imagens, até mesmo as adaptações, pois já tem uma imagem concreta do texto.
    Bjks!
    Histórias sem Fim

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    1. Oi, Carla!
      Eu adoro encontrar imagems de referência para construção de cenário, até justamente para apresentar algo concreto ao leitor (enquanto não tenho grana pra ilustrador haha)

      Beijoo

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  • Andreia Evaristo4 de março de 2017 11:54

    Cenário pode ser só pano ds fundo? Pode. Mas saber definir sua importância na história faz toda a diferença!
    Quando eu li Shura, me senti numa Curitiba futurística - a forma como você conseguiu unir elementos contemporâneos da cidade com elementos sci-fi foi incrível. Eu me senti dentro da história.
    Parabéns, Delson, pelo post.

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    1. Ahhh, vou super falar de Shura logo mais aqui <3 muito, muito obrigado pelo comentário, Deinha!

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  • Oie...
    Não conhecia essa coluna, mas, amei e quero conferir mais vezes...
    Acho super importante um cenário na obra, pois, facilita e muito o envolvimento do leitor com a história, e é claro, amei conferir esse processo de criação mostrado por você...
    Ahhh... Sua professora tem toda razão e acho que nunca esquecerei essa frase.
    Beijos

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    1. Oi, Diane! Seja bem-vinda, espero vê-la toda sexta por aqui <3
      Frase marcanre né? haha que bom que gostou das dicas! Beijão!

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  • Oie! Tudo bem?

    Eu sempre empaco em minhas histórias quando envolve a criação de locais novos, parece praga está tudo na minha cabeça, mas pensa se sei colocar no papel!? Noops, infelizmente :/ Por isso acabei ficando meio que num básico, onde consigo desenvolver melhor as histórias, mas ainda quero expandir minha escrita e descobrir como descrever meus mundos doidos, para meus leitores! Amo a sua coluna, sempre me trás muito boas reflexões!

    BJss

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    1. Aos poucos vamos expandindo!A gente escreve, lê, relê, e de repente chegamos no resultado desejado :3
      Awn, muito obrigado, Nay! Sempre bom te ver por aqui!
      Beijoo

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  • Maria Luíza Lelis5 de março de 2017 19:56

    Oi, tudo bem?
    Uma das coisas que mais chamam a minha atenção em um livro é o cenário. Eu preciso conseguir visualizar onde os personagens estão, como eles se sentem naquele lugar e o que está em volta deles. Só me incomoda quando as descrições são excessivas e, não só quebram o ritmo da história, como tiram a liberdade do leitor de imaginar aquele universo retratado.
    Pelo que eu percebi, você consegue descrever muito bem os cenários, sem excessos. Isso é algo que considero muito positivo quando estou lendo um livro.
    Aliás, parabéns pelo seu livro que esgotou durante o carnaval! Espero que tenha uma nova tiragem em breve. Fiquei curiosa para ler!
    Beijos!

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    1. Oi, Maria! Adorei seu comentário. Certamente exageros são ruins, é maravilhoso que algumas coisas sejam subjetivas no cenário para o leitor explorar com seu próprio ponto de vista. Eu tento tomar cuidado com isso, mas às vezes escapa :(
      Obrigadão <3
      Beijoo

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  • Muito interessante e divertido o seu texto, Delson. A ambientação com os Pokémons foi ótima hahaha Também me interessei muito por seu livro, já o adicionei no Skoob pra poder acompanhar quando sair uma nova tiragem (vai sair!) haha

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    1. EBAAA <3
      Acho que já tá a venda no site! Pena que passou a promoção :(
      Que bom que tu curtiu o post haha assim sei que posso seguir essa linha de vez em quando ^^
      Beijoo

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  • Oi.
    Obrigada pelas dicas em relação à ambientação. Não tinha parado para pensar nisso, mas realmente fica mais fácil quando temos a ambientação em mente antes de começar a escrever.
    E faz tempo que quero seu livro, vi que ele estava na promoção no carnaval e queria comprar ele e A Escolhida, mas eu estava sem acesso a um computador e quando fui ver já estava esgotado. Parabéns. ;)

    Beijos.

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    1. Oi, Barbara! Ai que pena, mas ele já voltou a venda, logo deve rolar alguma outra promoção <3 Que bom que as dicas te ajudaram! Beijão!

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  • Olá!
    Primeiro eu queria dizer que amei o seu post. No ano passado comecei a escrever meu primeiro livro de fantasia, mas acabei dando um tempo. Criei um cenário, montei mapas e até dei nome a outras espécies de plantas e animais. Para o cenário tocar o leitor, primeiro precisa nos tocar. Precisamos nos sentir parte daquilo, e pode até parecer meio louco, mas eu me sentia dentro do meu livro de fantasia, acompanhando o passo-a-passo dos meus personagens.
    Parabéns pelo seu livro! Não conhecia ainda, mas saber que está esgotado é um bom sinal, né? Se a editora disponibilizar novamente, pode deixar que vou comprar.
    Beijos!

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    1. Oi, Duda!
      Sua frase dizendo que devemos nos sentir parte do universo antes define muita coisa. Não é coisa de louco não - apesar de todo escritor ser um pouco :P - é normal e fantástico que sinta-se dentro do seu mundo. Eu me sinto assim sempre, vira meu escape <3 Sucesso com as ideias, siga em frente e obrigado! :3

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  • Cristiane Rodrigues15 de março de 2017 19:43

    Oiii!!!
    Gostei muito do post, nunca li nada parecido. Eu também acho que devemos fazer parte do ambiente quando estamos lendo alguma coisa. Quando eu fico perdida lendo uma história, faço o possível para seguir em frente até entender rs. Eu já tinha visto seu livro no site da Arwen e sabia que era de fantasia, mas ainda não tive oportunidade de ler opiniões sobre para saber se é o tipo de fantasia que eu gosto. Te desejo muito sucesso, tenho certeza que sua história vai chegar cada vez para mais pessoas.
    Beijos

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