Olá gente bonita! Antes de postar para vocês esse novo conto, inédito, escrito por mim, gostaria de me apresentar! Meu nome é Mai, sou gaúcha, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Tenho 25 anos e escrevo desde os 16. Sou autora do livro "Sofia" publicado em Ebook na Amazon! Eu amo escrever, e amo ainda mais quando as pessoas gostam do que escrevo.
Hoje vou apresentar para vocês, o conto "Do outro lado da chuva" pertencente a série "Aurora - Sob As Estrelas" que nasceu quando comecei escrever "O Som das Palavras" livro atualmente postado no Wattpad e no Luvbook.
Quando decidi escrever o conto eu fiquei muito em dúvida sobre o nome dos personagens, fazia muito tempo que não escrevia um conto em apenas um dia. Quando eu sentei para pesquisar uma música que embalasse a história me deparei com a canção "Del Otro Lado de la Lluvia" da Dulce María, cantora da qual sou fã, então uma torrente de memórias invadiu minha cabeça e os nomes dos personagens estavam decididos "Dulce e Christopher", que foi o nome do primeiro casal que escrevi minha fanfic. Dulce e Christopher na vida real fizeram par romântico na novela Rebelde como "Diego e Roberta". Sou fã dos dois, e eles me inspiraram a começar a escrever. Com o tempo abandonei das FanFiction e comecei a escrever livros, mas sempre quis um dia escrever uma história onde os personagens tivessem esses nomes, e hoje, ao começar a escrever e escutando a música meu coração gritou para voltar as raízes, para que eu pudesse por para fora todo o sentimento e amor guardado por tanto tempo. Então "Aurora - Sob as Estrelas" começa com um conto deles, e toda a segunda teremos um novo casal. Espero que vocês gostem. Na próxima semana vocês irão conhecer "Anna e Nick".

Escute a Música Aqui
Te olhava e não te via
Porque o medo me cegava
Deixou tanto em mim
Levantando-me do chão
Me perdi e te perdi.
Dulce
Mas, que droga!
Inferno!
Qual o problema dessa cidade? Porque tem que
chover tanto em um lugar como esse? Puta que pariu!
Olhei para os dois lados, mas a não tinha ninguém
naquele maldito lugar que pudesse me ajudar! Uma alma viva! Olhei para os meus
pés e estava atolada até os joelhos de lama. O carro não se mexia um milímetro
se quer. Definitivamente nada poderia ser pior do que atolar em uma estrada
abandonada na zona rural de Aurora, para completar só faltava aparecer uma vaca
nos campos.
Desistindo de tentar sair dali, abri a porta do
carro e voltei a me abrigar ali dentro rezando para que alguém aparecesse. Nem
deveria estar aqui, maldita hora que aceitei vir nesse jantar de noivado do
André!
Atirando-me contra o banco, cruzei os braços e
bufei. Não tinha nada que pudesse fazer para mudar aquela trágica situação. Em
alguma outra vida eu devia ter salgado a santa ceia pra merecer um castigo
desses!
Cansada de brigar com qualquer santidade fiquei
olhando o pára-brisa e a chuva que caia sem parar lá fora, eu estava
encharcada, e o jantar já devia ter até acontecido. Suspirando resignada fechei
os olhos e pensei em dormir, não tinha nada que pudesse fazer a não ser
esperar.
Não sei quanto tempo passou, simplesmente acabei
adormecendo e acordei com batidas no vidro.
- Hey –
alguém disse – você está bem?
O som da voz do lado de fora era abafado, não conseguia
enxergar o rosto do estranho. Tentei identificar quem era, mas com a chuva
ficava tudo embaçado. Resolvi que o melhor era descer e ver quem era.
Christopher
Sabe aquelas cenas de filme de horror? Aquela bem
assustadora das qual você acaba dormindo todo tapado depois de tanto medo?
Então, foi mais ou menos assim que me senti quando eu vi quem descia de dentro
do carro. Ela era linda, gostosa pra caralho,
mas era uma maldita de uma filha da puta que atormentava a minha vida desde que
chegou nessa cidade. Dulce, a juíza gostosa que habitava os meus sonhos mais
sujos e sacanas.
- Ora, ora – sorri debochado – se não é a juíza
delicia.
- Jesus – ela revirou os olhos – se não é o
delegado que se acha o machão.
- Dulce, Dulce – me aproximei um pouco dela que
estava escorada no carro – quando eu te pegar…
- Como se um dia fosse cometer uma loucura dessas.
- Quem desdenha quer comprar Juíza.
- Christopher…- lhe encarei bem – não me testa
hoje, estou toda molhada e minha arma está dentro do carro, não me custaria
nada criar um acidente.
- Calminha aí – me afastei e dei um sorriso, que há
um tempo ela não resistiria. - não vamos partir para a violência.
- Se você fizer mais uma gracinha…
- Tudo bem, já entendi.
Dando as costas para ela e indo em direção ao meu
carro parei de provocar, eu conhecia Dulce tempo suficiente para saber que ela
atiraria em mim se eu continuasse implicando.
A conheci há oito anos, quando chegou nessa cidade
para cursar a Faculdade Federal de Aurora. Da minha parte foi amor a primeira
vista. Os cabelos vermelhos caiam sobre seus ombros em cachos grossos, os olhos
castanhos enormes me enfeitiçaram no momento em que ela os direcionou para mim.
Dulce era pura beleza e luz, tinha algo nela,
naqueles olhos que me fizeram querê-la mais do que qualquer coisa na vida.
Conquistá-la havia se tornado meu objetivo naquela época.
- Aonde você vai? - olhei por sobre o ombro e a vi
me seguindo.
- Para a casa – respondi abrindo a porta do meu
carro.
- E vai me deixar aqui? - aqueles olhos que eu
tento amei um dia se arregalaram – eu sei que você é um tremendo babaca, só não
sabia que era tanto.
Revirando os olhos respondi: – Se quiser, sobe aí,
só que vamos para fazenda.
- Você pode me deixar na fazenda dos pais do André
– a vi dando a volta na minha caminhonete para subir no carona.
- Você tá é louca – ri ligando o carro. - O rio
subiu, tapou a ponte. Se quiser, é ir pra minha casa e esperar a chuva passar,
não vamos conseguir desatolar seu carro.
- Inferno – ela gruiu – só posso ter colado
chiclete na sola da sandália de Cristo para ter que te aguentar.
- Não era isso o que você falava quando eu estava
dentro de você.
- Cala a boca.
Te
amei mais do que pensa
Não
duvide nem um momento
Me
arrependo cada vez
Por
não tê-lo feito a tempo
Me
perdi e te perdi
Dulce
Resolvi não dizer mais nada para o Christopher, se
tem uma coisa que ele sempre soube fazer foi me irritar. Desde o dia em que nos
conhecemos, até quando nos apaixonamos e casamos. Fomos casados por três anos,
porém em algum momento no caminho a gente se perdeu e as coisas mudaram. A
gente mudou e quando vi aquele amor todo, aquele fogo não estava mais lá. Eu
não estava mais lá. Perdi-me na minha carreira, em mim mesma.
Pedi o
divórcio e há dois anos estávamos separados.
O carro deu uma trombada em um buraco no meio da
estrada e fui tirada de meus devaneios. Olhei Christopher de rabo de olho, e o
vi concentrado na direção. Ajeitando-me no banco, virei e olhei seu perfil. Ele
continuava o mesmo. A pele bronzeada ainda do verão, a barba sempre presente
estava aparada. O cabelo estava bem baixinho. As linhas de expressão
continuavam ali, no auge dos seus 30 anos, ele era um homem espetacular. Os
olhos castanhos claros em contato com a claridade tornavam-se mel. Os olhos
dele foram à primeira coisa que reparei quando a gente se esbarrou nos
corredores da faculdade. Eu amei muito aquele homem. Amei mais do que meu
coração podia suportar, entretanto acabei perdendo aquilo em meio ao amontoado
de sonhos dentro do meu coração.
Sonhos que
não consegui se quer pensar em realizar desde o dia em que assinamos o
divórcio. Afoguei-me no trabalho para tapar o vazio que senti desde que arrumei
minhas malas e sai daquela fazenda.
Suspirei.
Provavelmente nunca superaria aquele homem, nem
hoje, nem amanhã e nem nunca. Gostaria de ter o esquecido, assim como ele o
fez, quando apareceu para jantar com uma loira estonteante no nosso restaurante
favorito em Porto dos Casais, cidade vizinha a Aurora.
- Você não vendeu a fazenda ainda? - perguntei
curiosa.
- Porque eu faria isso?
- Eu achei que você fosse para algo menor, a
fazenda dá trabalho.
- A Nina me ajuda – ele virou e sorriu fraco para
mim, Nina era a babá de Christopher cuidou dele desde que nasceu.
- Que bom – voltei a olhar pela janela.
Não consegui dizer mais nada.
A fazenda era um dos lugares que eu mais amava na
vida e quando nos casamos decidimos que era lá que iríamos morar. Reformamos a
velha casa e o celeiro. Eu e Christopher fomos muito felizes. No divórcio a fazenda
foi à única coisa que ele me pediu. Ele não quis mais nada, nem o dinheiro, nem
o carro, nada. Apenas a fazenda. Eu cedi. Não me importava, seria mais prático
morar na cidade, aquele lugar trazia muitas lembranças.
Christopher
Não demorou muito para que chegássemos. Desci do
carro e Dulce veio logo atrás. Pensei que nunca mais a veria passar por aquela
porteira, mas a vida é uma maldita metida e dava sempre um jeitinho para fazer
as coisas. Abrindo a porta vi que estava tudo vazio, Nina devia estar na
fazenda dos Guerra para o jantar de noivado do André e da Ariana. Aquele babaca
estava fazendo uma tremenda merda, todo mundo sabia que ele era apaixonado por
Isabella, a filha dos Andrades. A hora que aquela mulher resolvesse voltar ele estaria ferrado.
Deixei as compras que havia feito em cima da mesa
da cozinha e ascendi à luz. Virando-me vi Dulce sentando em um dos bancos altos
da bancada da cozinha, lugar em que cansamos de dividir o café.
- Se quiser pode pegar uma toalha e uma roupa minha
no quarto para você tomar banho e se trocar.
- Tudo bem – ela suspirou – obrigado.
A vi saindo da cozinha e subindo as escadas que
davam de frente para aquele cômodo.
Virei para a pia e respirei fundo. Gostaria de saber
em qual parte do nosso casamento erramos, onde todo aquele amor que juramos foi
parar? O meu eu sabia que estava dentro de mim. Guardado no lugar mais remoto,
tentando ser reprimido, abafado, apagado. Amar doía.
Guardei as comprar e comecei a preparar algo para
comermos, já passava das nove da noite, estava cansado e faminto. Divagar sobre
o porquê nosso casamento acabou não ajudaria em nada
Preparei sanduíches e abri um vinho, não estava
muito a fim de cozinhar e aquilo deveria ser suficiente.
Sentei a bancada e esperei Dulce voltar. Não
demorou mais de dez minutos e a vi descendo as escadas com uma camisa e calça
de abrigo minha. Nas mãos estavam suas roupas molhadas.
- Onde posso deixar isso? - perguntou me
encarando.
- Me da aqui – pedi estendendo a mão.
- Tudo bem – ela me alcançou – obrigado.
Peguei as roupas e levei até o anexo da cozinha
onde fizemos uma pequena lavanderia. Joguei as roupas na máquina e pus pra
lavar. Voltei para a cozinha e Dulce estava bebericando o vinho que havia
aberto.
- Eu adoro esse vinho.
- Eu sei – sorri e a encarei – o André me deu essa
garrafa.
- Obrigado – ela sussurrou – por me ajudar.
- Tudo bem Dulce – me servi e peguei um sanduíche
– vamos comer.
Sem dizermos mais nada começamos a comer. Eu tinha
muitas coisas entaladas na minha garganta. Palavras que nunca consegui dizer,
que ficaram guardadas para serem ditas, cuspidas e escancaradas. O amor era uma
coisa muito louca, um sentimento tão primitivo que inundava cada célula do meu
corpo e fazia-me sentir-me fraco. Talvez eu devesse parar de sentir, porém isso
se tornava difícil quando aqueles olhos me olhavam.
Do
outro lado da chuva
Onde
nasce o sol
Carrego
sempre sua memória
E
metade de um adeus
Tatuado
em meu coração
Dulce
Raios cortavam o céu, a chuva não parava de cair,
cada vez mais forte e intensa. Observava o céu se iluminar pela janela da sala.
A lareira crepitava o fogo lentamente, aquecendo a casa.
As memórias eram, realmente, uma peça que nossa
mente nos pregava. Elas tinham o poder de nos aquecer, mas também de destruir.
Queria saber qual foi à parte que deixei aquele
amor esquecido dentro de mim. Em qual parte eu passei a amar menos, a me
importar menos. Quando meu casamento começou a ficar em segundo plano?
Perguntava-me se era possível deixar o amor em
segundo lugar, como a gente conseguia isso?
Um raio cortou o céu, iluminando a noite. Do outro
lado da chuva eu vi aquele campo vasto a minha frente, o mesmo lugar onde jurei
amar Christopher para sempre, acima de tudo, na saúde e na doença, na alegria e
na tristeza até que a morte nos separasse só que quem terminou tudo fui eu.
- Dulce
– a voz baixa e rouca veio detrás de mim.
- Christopher…
- sussurrei.
- Qual foi o momento?
- Eu não sei – sabia sobre o que ele me
perguntava, era exatamente o que estava me perguntando – um dia eu senti toda a
frustração de tudo o que eu não fiz e aquilo me fez sentir-me como se estivesse
sendo apertada, sufocada.
- E a melhor saída foi me deixar?
- Eu não sabia o que fazer – suspirei e vire-me
para lhe encarar nos olhos – eu queria fugir, estava tão sobrecarregada.
- E conseguiu o que queria?
- Você sabe que eu nunca saí de Aurora,
Christopher. Quando nos separarmos disse que ficaria até assinarmos o divórcio,
mas depois parece que tudo fez menos sentido. Eu não sei.
- Essa sua desculpa de nunca saber o que quer é
bem ultrapassada, Dulce.
Christopher
- E o que você quer que eu te diga?
- A verdade, caralho!
- gritei, sim, eu não agüentava mais escutar aquilo.
- Essa é a verdade, Christopher! Aceite-a!
- Porque você não admite logo que deixou de me
amar? - eu precisava que ela disse aquilo.
- A questão é justamente essa – disse em um
sussurro – eu nunca deixei de te amar!
Não pensei. Meus olhos não viam absolutamente nada
a não ser a mulher na minha frente. Todo aquele amor, tatuado, impregnado em
mim veio à tona, explodiu. Dei três passos e a agarrei pela nuca grudando minha
boca na dela.
O mundo deixou de existir, a chuva, os raios, o
chão, a casa. Era somente eu e ela naquele espaço, como se estivesse flutuando.
Eram nossos corpos na dança perfeita. Unidos, pois, jamais deveriam ter se
separado.
Amor, em sua forma mais plena e esplêndida, a luz
no início e no fim.
Eu amava aquela mulher. Amava cada detalhe dela,
os olhos, o sorriso, a boca, os palavrões, o autoritarismo, a personalidade, a
maneira como ela ficava linda naquela camiseta e abrigo. Amava a forma como nos
encaixávamos na cama e na vida. Sabia que era ela, desde o início. Sempre foi.
Dulce era tudo o que eu jamais pensei querer.
Do
outro lado da chuva
Longe
da dor
Me
pergunto se em segredo
Sente
o mesmo que eu
Se
em tua alma, em algum lugar
Ainda
existimos nós dois
Dulce
Saudade era uma das palavras em português das
quais não existia tradução, e de uma forma ou outra, a vida sempre nos provava
o por que.
Saudade era uma imensidão sem fim, jogada ao léu.
Era o início da dor, o meio, porém, jamais o fim. O sentimento mais arrasador.
Saudade era a prova de amor mais valiosa do mundo, a prova que ninguém
entendia.
Algumas pessoas achavam que o amor era um
sentimento sem explicação, mas alguém já tentou explicar a saudade?
Aquele beijo arrebentou a barreira mais forte que
eu pensei ter criado; sentir. Jurei que jamais sentiria novamente qualquer
sensação humana relacionada a alguém.
Amei aquele homem. Amei mais do que calculei ser
possível. Estar nos braços dele novamente só provava o quanto estive errada.
Não fui embora por estar frustrada com a minha
vida, eu fui embora porque pensei ter perdido toda a minha liberdade para
aquele amor. Aquele beijo não levou só a minha sanidade embora, ele revelou o
que tinha em meu coração, que sempre foi o amor por aquele homem.
- Ah juíza delicia – ele sussurrou – eu não vou
parar.
- Não quero que você pare – sorri entre o beijo –
delegado gostosão.
Christopher
Peguei Dulce por debaixo das pernas e a ergui em
meu colo, sem parar de beijá-la. Senti tanta saudade daquela mulher que nem se
passasse a noite toda dentro dela seria capaz de sanar. Dulce era o amor da
minha vida. A mulher que escolhi pra dividir tudo.
- Vou te fazer lembrar Dulce – deitei ela sobre a
cama.
- De que? - ela perguntou enquanto me puxava para
cima dela.
- Do porque você disse sim naquele altar.
- Então me lembra.
Voltei a beijá-la como se existisse apenas nós
dois no mundo. Aquele inferno de terra podia explodir, estava me fodendo, porque que tinha a mulher que
eu amava exatamente onde eu queria, na nossa cama, em baixo de mim, gemendo
como uma alucinada.
As pessoas nunca entenderam porque resolvemos
casar com apenas um ano de namoro, na verdade elas jamais entenderiam o quanto
o meu coração e a minha cabeça estavam conectados com os de Dulce.
O amor, muitas vezes, era uma droga, mas tudo
fazia sentido quando Dulce gritava por mim.
Você
tentou consertar com seu amor
Meus
sonhos despedaçados
E
me dói, na verdade
Que
não pude te dar tudo
Dulce
O sol nasceu como já era de costume após as
tempestades. Aurora era uma cidadezinha com um “que” de mistério, e acredito
que até um pouco de magia. Brincava com Christopher que era uma cidade que lia
nossas emoções. Quando o coração estava em tempestade, na cidade o tempo
mudava. Se o coração brilhava; o sol nascia. Era como esperar pelo outro lado
da chuva, onde a gente encontrava a luz que nos enviava para o lugar de onde
jamais deveríamos ter saído.
Eu sei que uma noite não resolve nossos problemas,
que sexo que não é tudo, no entanto poder tocar de novo aquele homem me mostrou
o caminho de volta para a casa, de onde jamais deveria ter saído.
Ele foi o primeiro homem que amei e disse “sim”
para todo o amor que vinha dele.
Quando eu pedi o divórcio Christopher tentou
consertar o que havia entre a gente, se culpou e não ouviu quando disse que o
problema era eu.
Ele não foi capaz de entender que chegou a um
ponto que acreditei ter destruído todos os meus sonhos por causa daquele amor,
quando na verdade aquele sentimento era a única coisa que eu queria, por isso
eu jamais saí de Aurora para ir atrás daquilo que um dia achei que precisava. Doeu-me
muito minhas decisões, mas eu acreditava estar certa, e aquilo não machucou só
a mim, mas a ele também. Sentia muito não dar a Christopher, naquela época, o
que ele queria.
Levantei da cama e vesti a camisa dele, e por cima
o moletom que estava na cadeira ao lado da cama. Olhei o relógio no criado-mudo
e já passavam das onze da manhã. Eu dormi demais.
Fechei a porta do quarto e fui à procura do meu
ex-marido. Desci as escadas até a cozinha, olhei e ele não estava ali e nem na
sala. Resolvi procurá-lo na parte de fora.
Abrindo a porta, encontrei Christopher, parado ao
lado de uma árvore olhando a vastidão dos campos. O sol brilhava no horizonte.
Fiquei vários minutos o observando. Ele continuava
lindo, de todas as formas que eu sempre achei. Ele me amou naquela noite e
entregou seu coração de novo em minhas mãos, confiando que eu não o esmagaria
de novo.
Eu peguei o dele, e entreguei o meu. Entreguei o
resto a ele, por completo.
O vi virar para mim e abrir aquele sorriso maroto.
Do outro lado da chuva, lá estava ele, esperando o
momento em que correria para seus braços, e foi o que fiz, sem me importar com
nada.
Eu o amava.
Fim.
27 comentários
Sabe aquele momento em que você quer mais? Mas então lembra que é um conto :p amei e quero que chegue logo a próxima segunda haha parabéns Mai (aplausos).
ResponderExcluirOi Lucas, que bom que você gostou! teremos mais contos sim
ExcluirMuito bem desenvolvida sua narrativa. Personagens fortes e de presença marcante, linguagem realista. Vc tem muito talento! E o Christopher descrevendo ela foi a melhor cena que achei kkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirParabéns!!
Bjooos
https://passageirodasletras.blogspot.com.br/
Sim, ele descrevendo ela foi o melhor, Christopher consegue ser bem idiota as vezes
ExcluirCaraca, você é demais!
ResponderExcluirEm um conto curto desses, você conseguiu transmitir tudo que eles sentiam. Tudo que guardavam. Como se eu já os conhecesse a séculos.
A escolha dos nomes foi outra coisa que eu amei! Amava assistir "Rebelde" e ler esse conto foi como voltar a assistir a novela, só que de outro ângulo, sei la.
Amei de verdade! Parabéns <3
Aline, que bom que consegui passar essa mensagem! Voltei as raízes da epoca de fanfiction tbm
ExcluirOlá
ResponderExcluirNão sou uma entusiasta de narrativas compartilhadas, até acho legal, mas não sei acho que corta um pouco o clima, mas gostei do jeito que você escreve, é bem empolgante e você consegue transmitir muito bem os sentimentos envolvidos, os momento de humor foram bem gostosos, realmente gostei muito.
Daniele, que ótimo que mesmo não gostando dese tipo de narrativa, você gostou do conto! teremos mais
ExcluirNossa você tem uma escrita ótima. Parabéns. Eu não curto contos assumo. Mas eu adorei esse. Você consegue fazer a gente se conectar dá história.
ResponderExcluirBeijos.
Olá Karine! Obrigado pela carinho e pelo comentário, fico muito feliz que tenhas gostado do conto, teremos mais.
ExcluirAin que conto mais lindo, você escreve tão bem e me fez sentir todas as emoções do casal! Achei fascinante e reflete muito a realidade onde as pessoas se distanciam por bobagens e ainda se amando❤️ Muito lindo!
ResponderExcluirMEMÓRIAS DE UMA LEITORA
Oi Suzane! Obrigado pelo carinho! Sim, as vezes, deixamos o amor passar por estarmos confusos, ou por simplesmente não conseguir ver ele. Dulce e Christopher aprenderam muito em uma noite. Teremos mais contos.
ExcluirOlá,
ResponderExcluirNão sou muito fã de contos. Até leio alguns, mas não são minha praia. No entanto, achei sua escrita bem fluída, parabéns! Saber que você escrevia fanfics, me deu uma baita saudade da época em que eu passava horas lendo-as <3
Beijos,
entreoculoselivros.blogspot.com.br
Olá Thayenne! Fico feliz que tenha gostado da minha escrita! te aguardo para o proximo conto <3
ExcluirOie!
ResponderExcluirConfesso que sempre fico com aquela sensação de que falta algo na história, de que poderia ter mais.
Mas gostei da história desse, sobre o amor e a entrega. E a narrativa também está ótima, muito bom.
Bjks!
Histórias sem Fim
Oi Carla. que legal que você gostou! Eu sempre fico tbm com gostinho de quero mais! Mesmo sendo um conto, dá vontade de escrever um livro inteiro!
ExcluirOiii!
ResponderExcluirEu achei muiiiito bacana quem tem esse dom de escrita! Gostei das escolhas dos nomes, achei interessante sua história e fiquei curiosa para conhecer mais!
Beijinhos,
Oi Ana Paula! Obrigado pelo carinho! Fique ligada que toda a segunda tem mais!
ExcluirOlá!
ResponderExcluirAchei legal a sua apresentação no início do post e amei o conto! Muito bem escrita a história. Ouvi a música enquanto lia! Ainda bem que o casal conseguiu se entender novamente, o amor venceu, enfim!
Bjs.
Olá Cidália! Fico muito contatente pelo carinho e que tenha gostado da minha escrita! Obrigado. segunda tem mais!
ExcluirOi!
ResponderExcluirNão gosto muito de contos mas foi impossível não gostar do seu, pois sua escrita é muito gostosinha. Mas confesso que tive dificuldade em criar uma imagem mental dos personagens pois os nomes não me deixaram ver outra coisa se não as pessoas a quem eles pertencem na vida real, o que foi bem chato mas provavelmente foi um problema pessoal haha.
Parabéns!
Beijos!
OI Lari. Sabe que eu tenho essa dificuldade até hoje? Eu comecei lendo Web Novelas deles, e hoje os personagens podem ser o oposto deles eu sempre imagino os dois, em todos os livros, é critico! Obrigado pelo carinho
ExcluirOi flor.
ResponderExcluirVou te contar uma coisa... Não sou de ler contos e sempre passo longe do gênero, mas caramba, que conto é esse? Mega envolvente, fluido e achei a Dulce muito legal, gostei da personalidade dela. Eu simplesmente amei a escolha dos nomes hahhahaha eu era a louca de Rebeldes
Sua escrita é muito envolvente, parabéns.
Oi flor! Que bom que você gostou! Fico feliz! Obrigado pelo carinho!
ExcluirOlá!
ResponderExcluirNo RBD eu era a Roberta hahaha mas curti demais seu conto, acho, só acho que deveria virar um livro, porque história tem! Parabéns e espero mais contos maravilhosos como esse!
Uau, adorei o conto e consegui sentir as emoções dos personagens construídos. Você tem muito talento, parabéns! Ficarei no aguardo de mais contos.
ResponderExcluirBjs, Glaucia.
www.maisquelivros.com
Olá!
ResponderExcluirComo sempre, adorei esse seu texto! Consegui muito me identificar com os personagens, acho que por causa da descrição dos sentimentos e emoções.
Beijos.
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