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COM UMA HISTÓRIA INOVADORA E REPLETA DE METAFORA, CONHEÇA O ENREDO DE MULHER COM BRÂNQUIAS

Por Nathalie Murcia •
quinta-feira, 23 de maio de 2019
Título da Obra: Mulher Com Brânquias
Autor(a): PatrÍcia Baikal
Ano da Publicação: 2018
Nº de Páginas: 248
Editora: publicado de forma independente
Onde Comprar: AMAZON
Livro cedido em parceria com a autora

Rita, professora universitária, começa a ter visões de uma realidade paralela, como se estivesse o tempo todo mergulhada num aquário. Em casa, no trabalho ou na rua, ela se vê rodeada por seres aquáticos e especialmente pelo "grande peixe", uma criatura fantasmagórica que a persegue, mas que ninguém mais enxerga. Como se não bastasse, sua pele é tomada por escamas aos poucos, de forma dolorida e fantástica. Brânquias surgem em seu corpo, e isso pode significar o início ou o fim de uma jornada.

RITA É UMA PROFESSORA universitária em Brasília e proprietária de uma loja de porcelanas. Certo dia, enquanto ministrava sua aula, ela teve uma visão de um grande peixe flutuando pela sala. Após essa experiência, a aparição desse peixe ocorre amiúde, em diferentes ocasiões e locais. Somado a isso, Rita observa o surgimento de escamas em sua pele. Em meio a esse turbilhão de acontecimento bizarros, Rita retorna à cidade de seu nascimento, Monte do Batismo (interior de interior de Minas Gerais), para o funeral de sua tia Virgília. 

 De volta às origens, Rita desvenda os mistérios envolvendo sua família. Nesse particular, suas descendentes femininas de três gerações (mãe, avó e bisavó), todas com o nome de Oda, morreram aos exatos 33 anos de idade, marco etário que Rita está próximo de alcançar. Nessa cidade, Rita reencontra os parentes que sempre tratou com certo distanciamento, resgata seu passado e reminiscências da infância, além de se inteirar de que sua possível "loucura" sem causas neurológicas é algo inerente à genealogia feminina da família. 

 Outrossim, Rita irrompe em reflexões de autoconhecimento e promove um resgate pessoal após sua experiência de quase morte vivida durante sua queda no rio. O livro é repleto de metáforas psicológicas, e compreendemos que as "escamas" são uma forma de autoproteção, sendo que o grande peixe nada é mais é do que a representação dos medos e questionamentos que mantemos guardados nos recônditos da nossa alma.

 Recomendo a obra para quem busca experiências literárias inovadoras, e aos que apreciam livros que trabalhem essa perspectiva filosófica de conhecimento humano.

 Seguem as citações que julguei mais marcantes:

Aprendi que é melhor o silêncio desesperador do que palavras sem sentido.

Há mais de nossas famílias em cada um de nós do que imaginamos.

De toda forma, a morte sempre existirá porque ninguém está a salvo das mudanças, sejam físicas ou psíquicas, matando um pouco do que era para ser algo novo.

Quando a vida te cortar um pedaço, pense que ela está com te moldando para fazer parte de um grande mosaico.

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