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A ARTE DE REVISITAR

Por Delson Neto •
sexta-feira, 30 de junho de 2017

 Hey galerinha, tudo bem com vocês?

 Quem nunca ficou tentado a rever ou reler algo de que gostou muito? Difícil responder essa pergunta sem parar para pensar naquela série favorita em que você viu de novo um ou dois episódios, ou aquele livro no qual você só foi procurar um trechinho e acabou imerso na história mais uma vez. Tentamos ao máximo evitar repetições – mas como é gostoso viver só mais um pouquinho daqueles momentos maravilhosos de entretenimento.

 Afinal, o que nos faz tão vidrados por reviver experiências?
Comecei a rever Avatar: A Lenda de Aang, então esse post é uma reflexão baseada nisso. Afinal, que desenho maravilhoso!

 Muito é dito, inclusive, quanto a essa palavra tão conhecida – experiência, sempre ilustrando as buscas por um emprego novo, ou para outros âmbitos sociais. Contudo, o quanto é falado sobre os valores por trás dessa atribuição dada ao nosso acoplado de vivências? Experimentar é observar a vida ao nosso redor, vivê-la e, acima de tudo, absorver ao máximo todas as sensações vindas deste contato íntimo com momentos singulares dos nossos dias.

 Quando lemos um livro, ou uma saga toda de obras, se for o caso, e nos apaixonamos de maneira instantânea por aquele universo fictício, caímos em um mar de obsessão pelo assunto: pesquisamos sobre o autor, o que e como foi construído dentro dos livros, consumimos produtos, vemos as adaptações cinematográficas, tudo isso com qual objetivo? Bem, essa resposta é simples, afinal, quando gostamos de alguma coisa queremos ficar mais e mais próximos daquilo, ampliando cada raiz daquela história tão querida. É como se fossem liberadas toxinas e outras propriedades químicas em nossos corpos, provocando reações de estímulo contínuo ao chegar perto de uma citação sequer daquele livro estimado. Então surge aquela necessidade de revisitar aquilo, quase como um vício, um guilty pleasure.

 Tem vezes que preferimos rever o que já gostamos do que viver novas experiências.

 E seria isso prejudicial ao nosso condicionamento e busca por conhecimento? Talvez, dependendo da abordagem dessas nossas revisitações nada inusitadas. Às vezes você quer só partilhar daquelas sensações vividas ao assistir uma série – e opta por revê-la ao lado de quem gosta, sem necessidade de juntos explorarem algo novo. Nisso surgem as madrugadas em claro revendo um seriado com um namorado, namorada, ou amigos e família. E você renova o seu olhar diante dos episódios, interpretações e cenas. Revisitar é aumentar também o senso crítico: no ímpeto do nosso primeiro contato com um veículo de entretenimento, a interpretação é mais rasa, porém, ela se aprofunda a medida em que nos conectamos mais uma vez àquilo. O que não pode acontecer é que isso vire rotina e fiquemos presos a uma bolha de gostos pessoais – depois da 3ª vez revendo Grey' Anatomy, eu vi que eu já estava exagerando nesse ponto.
Eu te entendo, Cristina Yang, eu te entendo...

 Percebendo estas pequenas nuances entre uma visita e outra, adquirimos um histórico de sentimentos e fatos vivenciados. Toda vez a sensação de ver um final de temporada trágico, ou de reler a sua parte preferida do livro, será diferente. Nossa vida é inconstante e cada momento em que estamos está suscetível a reviravoltas internas. Veja, o nosso “eu” de alguns anos atrás não é o mesmo de agora – o que será que o de agora acharia ao ler Harry Potter e a Pedra Filosofal, 20 anos depois, a magia ainda seria a mesma? Provável que haveria uma enorme carga de nostalgia que a traria de volta, sim, mas estaríamos imersos em um novo olhar diante das linhas escritas por J.K Rowling.

 O fato é que não devemos nos privar de reviver determinadas experiências devido a um senso comum de que o mundo é muito grande, que tantas são as possibilidades de conhecimento. Está tudo bem também em respirar, pausar, e sentir proximidade com algo já conhecido. Viver também é revisitar a si mesmo, seus gostos e peculiaridades.

 Já revi o anime algumas vezes e agora estou acompanhando a história mais uma vez através do mangá! :)
 Graças a essa edição linda que a Editora JBC relançou!
 Você pode comprar no site da editora através dos pacotes de assinatura!

 Até a próxima!

Comentários via Facebook

1 comentários:

  1. Nathalia Cacilie2 de julho de 2017 19:45

    Assim como você, Delson, eu também adoro rever ou reler filmes, séries ou livros que fazem bem para minha alma. O filme " Mamma Mia" é o meu preferido para rever sempre que me sinto triste, pois tem o poder de mudar meu estado de espírito. Alguns livros também moram na minha mesinha de cabeceira, sempre ao meu alcance caso eu precise reler trechos que me inspiram, alegram ou confortam!

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