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Parágrafos, por Mai Passos G: Eu sim queria.

Por Mai Passos G •
segunda-feira, 6 de março de 2017
Oi gente linda da Tia Mai! Demorou, mas tá saindo a Coluna. Voltei de férias a pouco e estava resolvendo problemas do meu desligamento na outra empresa e resolvendo problemas estritamente importantes sobre a minha Editora.
O Conto de hoje trás a história da Juliana e do Juliano (sim, quis fazer um casal com mesmo nome nos dois gêneros) e minha primeira protagonista negra, forte e independente está sendo apresentada a vocês. Cuidem da Ju viu? Sou ciumenta com ela. O Conto é embalado pela música "Yo Sí Quería" da minha ídola master Dulce María e está de chorar! Afinal, quem nunca amou e não foi correspondido?


Escute aqui a Música "Yo Sí Quería" da Dulce María.



Que difícil terminar o que não começou
E colocar ponto final ao que nunca se escreveu
Teria dado o que fosse por ter sido eu
A que enchia seus vazios
A que adocicava seus domingos
Mas você
Sempre meu deu calor
Mas não teve o valor
De arriscar o coração
Juliana

Desde de muito nova aprendi que nem sempre teremos tudo o que queremos. Minha família sempre foi rica, de poses em Aurora, mas isso não significava que meus pais tenham me dado tudo o que pedi, pelo contrário, me ensinaram desde de cedo que se eu quisesse algo deveria lutar por aquilo, só que nem sempre a gente vai conseguir.
Sempre fui independente, trabalhei e paguei minha faculdade, minha pós e hoje estou terminando um doutorado, meu pai sentia orgulho disso, afinal ele veio de baixo e me ensinou o valor do suor. Gostava se ser livre e nunca me prender a ninguém.
Eu conciliava vida profissional e amorosa, eu era uma advogada imbatível, lutava por aquilo que achava justo e pelos menos favorecidos, talvez, seja por isso que me tornei Defensora Pública na pequena e nada pacata Aurora, minha cidade Natal.
Já no amor preferi levar uma vida longe de amarras, por isso sexo e amor andavam longes. Gostava de ser livre, e quando precisava eu chamava o Juliano, meu amigo, médico, gostoso pra caralho, para me aquecer e me fazer gritar como uma louca enquanto estava tendo um orgasmo. O problema era em que em algum momento acabei confundindo tudo.
Estava apaixonada de uma forma sem volta por Juliano, e eu tinha a plena certeza de que não era recíproco. O conhecia desde de sempre, e Juliano nunca se apaixonou. Ele deixou bem claro que entre nós não passaria de sexo.

Ju, vem pra cá hoje”

A mensagem que eu não queria receber apitou no meu telefone.

Acho melhor não”

Respondi.

O que está acontecendo?”

Acho melhor a gente parar por aqui”

Mas, porque?”

Porque sim, tchau, chegou cliente”

Juliano

Qual era o problema da Juliana?
Foi a primeira coisa que me perguntei quando recebi a mensagem dela falando pra gente terminar. Quer dizer, não tinha nada pra terminar porque nem namorados eramos, não passava de uma foda amiga, mas porra! A gente se dava tão bem na cama, porque parar?
Joguei o celular em cima da mesa com raiva e bufei.
Porque as mulheres eram tão complicadas?
Sempre fui honesto com a Ju sobre minha escolha se morrer solteiro. Nada de casamentos, nada de filhos, nada de mulher, a não, ser claro, para poder fazer sexo. Sexo era bom e fazia bem pro corpo e pra alma, e lógico, pro ego. Adorava quando ela gritava meu nome.
Juliana era linda, inteligente e uma mulher forte, ela topou entrar nessa comigo sabendo as condições.
Qual o seu problema? - Anna, a Arquiteta, vulgo, noiva do meu melhor amigo, entrou no meu escritório como um furacão – até a galera que está fazendo a reforma escutou seu ataque.
Meu problema se chama Juliana – desabafei – qual problema de vocês mulheres?
O nosso nenhum – ela pôs uma mão na cintura e com a outra levantou os óculos de grau – o único problema nessa relação sua e da Ju é você.
Eu porque? - ergui as mãe em sinal de embaraço.
Sério mesmo Juliano? - Anna me encarava como se eu tivesse o dever de saber algo, não respondi e fiquei a encarando – está ai a sua resposta.
E sem me dizer mais nada ela saiu da sala e me deixou a ver navios.
Essas mulheres a minha volta eram todas malucas.


Eu sim queria, ser sua vida
Não somente dormir com você
Também acordar
E eu sim morria
Para alegrar seus dias
Para acender seu coração
E não ser só uma opção
Não só noites de paixão
Eu simplesmente sim queria ser, seu amor
Juliana

Eu olhava o celular como se segurasse meu próprio coração com as mãos. Minha vida inteira, que se resumia nos meus 28 anos, eu pensei sem imune ao amor e toda a baboseira adolescente que presenciei durante a minha vida. Por ter convivido com Isabela e André e visto a história deles, jurei que jamais me renderia ao amor, pois se fosse para sofrer eu preferiria ficar sozinha.
Encarando a mensagem de Juliano fiquei tentando a responder que sim, que eu iria encontrá-lo para gente conversar na casa dele. Que eu sairia correndo que nem uma louca desesperada para encontrá-lo. Que faria qualquer coisa para ele deixar de ser um cabeça dura e desejar comigo todas as coisas que a maioria de nossos amigos já tinham: casa, filhos, família.
Eu sabia que isso era um desejo sem cabimento, ele sempre foi honesto comigo desde o início, eu que acabei confundindo tudo e me apaixonando.

Ju?”

Ele me indagava.

Ok, estou indo”

Foi minha resposta. Nossa relação sempre foi baseada na verdade, ele nunca mentiu pra mim, e eu não mentiria pra ele. Juliano merecia ouvir da minha boca o que estava acontecendo mesmo sabendo que eu sairia de coração partido dessa conversa.
O amor não era um sentimento que estava acostumada a lidar. Ele vinha e tomava conta de tudo sem nem a gente perceber, quando me dei conta meus pensamentos estavam tomado por ele dê uma forma absolutamente avassaladora, sem controle. Como um trem descarrilado.
Levantei da minha mesa pegando a bolsa e apagando a luz do escritório, se era pra falar a verdade, então que fosse logo, assim eu poderia curtir a fossa com uma dose bem grande de tequeila.

Juliano

Eu encarava Juliana, que estava muito linda e sexy dentro daquela saia lápis e da blusa de seda azul que contrastava com a pele negra reluzente e o cabelo preto, quase, azulado. Eu escutava cada palavra dela como um balde de água fria. Saber que minha amiga, que eu conhecia há anos, e há meses vinhamos tendo um caso, estava apaixonada por mim beirava ao absurdo.
Quer dizer, era uma honra ter uma mulher como ela, tão forte, independente, batalhadora, apaixonada por mim, mas, ao mesmo tempo, era um desastre, eu não queria nada daquilo que ela estava me dizendo. Eu só queria: farra e sexo.
Ju...
Enquanto ela me encarava com os olhos cheios de lágrimas, tetava buscar as palavras certas para não magoá-la mais do que eu já tinha magoado sem ter aberto a boca.
Eu não sei o que te dizer, quer dizer, você saber, sempre fui honesto com você, desde o início, eu nunca quis me apaixonar, essa coisa de amor não é comigo.
Eu sei – ela respondeu engolindo as lágrimas que eu sei que estavam prestes a vir – você nunca mentiu, e não achei justo mentir para você, só quis ser honesta sobre o que sinto.
Eu não quero te magoar.
Você não o fez – ela suspirou enquanto colocava a bolsa no ombro – nós tínhamos um acordo, eu quebrei quando pus o coração nisso, quando sonhei que talvez você pudesse querer mais – Juliana caminhou até a porta.
Ju – chamei, e ela virou. Em seus olhos vi esperança, uma que eu quebraria – desculpe.
Não tem porque se desculpar Juliano – ela sorriu, aquele sorriso que eu sempre amei – até mais.
Sem mais explicações eu vi aquela mulher que eu sempre admirei e que durante meses eu tive em meus braços, sair pela porta da frente a minha casa sem nem olhar para trás. Pela primeira vez em 35 anos, senti como se acabasse de ser esmagado.

Eu pensei ter tudo sobre controle
Mas fugiu das minhas mãos
Eu rompi o pacto e coloquei o coração
Eu sim coloquei o coração
E você, nunca dizia que não
Juliana

O café estava lotado aquela manhã, Isabella estava no balcão fazendo os pedidos enquanto eu e Tainá estávamos sentadas conversando sobre bobagens.
Já havia passado mais de uma semana que não tinha visto mais o Juliano e embora sentisse falta dele aquela era a melhor decisão, até que meu coração estivesse no lugar eu o veria, ainda doía.
Isa – chamei minha amiga que parou do lado de Tainá e estava como uma estátua – Isabella?
Ela não emitia uma palavra, era como se tivessem a desligado, o que não era raro acontecer, desde que voltara de Nova York há duas semanas ela estava assim.
Droga - Tainá sussurrou e levantou.
Sem perguntar o que aconteceu eu virei para a porta da cafeteria onde via o que Isabella via: André e Ariana, e junto com eles Juliano acompanhado de uma loira peituda lindíssima.
Vamos embora – peguei a minha bolsa.
Os pedidos – Isabella reagiu.
Deixa pra lá – respondi já saindo na frente.
Isabella e Tainá vieram logo atrás de mim que passei pelo quarteto como um avião indo direto para o meu carro enquanto minhas amigas iam em direção ao carro de Tainá. Elas não me questionaram e nem vieram atrás de mim, nesses momentos a solidão era a única coisa que me acalmava.
Sentei no banco do motorista e larguei a cabeça na direção, chorando como jamais havia chorado. Amor doía, mas a rejeição era o pior tipo de golpe.


Juliano

A única coisa que vi foi Juliana passar por mim como um furacão sendo seguidas por Isabella e Tainá. Por algum motivo olhei para André que via a melhor amiga passar por ele como se ele nem existisse, desde que voltara Isabella estava completamente fora de órbita e ninguém sabia o porque, eu sabia o quanto aquilo matava André, ele admitindo ou não, ele sempre a amou.
Eu já volto Andressa – sorri para a minha amiga que nos acompanhava aquele dia e fui atrás de Juliana.
Sai na rua atrás dela e vi quando ela bateu a porta do carro, o vidro insulfilme não me permitia ver o que acontecia.
Caminhei a passos largos antes que ela arrancasse para tentar falar com ela. Antes de tudo nós sempre fomos amigos, Juliana e eu crescemos juntos, nossas famílias eram amigas, eu não queria que as coisas terminassem assim.
Bati no vidro e esperei com que ela abrisse, porém não foi isso que aconteceu. Senti o carro ganhar vida e sai de perto, a última coisa que ouvi foi os pneus cantando.

Sei que de alguma maneira você me advertia
Mas eu quis lutar contra corrente
Quis mudar isso que sente
E fazer real minha fantasia.
Juliana

O envelope a minha frente me certificava de todas as dúvidas que tive nos últimos dois meses, qualquer certeza que eu procurava estava ali. Meus medos, e meus anseios. Tudo se resumia a ler aquele papel e ter a resposta que me atormentava.
Durante todo o tempo que soube que amava Juliano eu tentei lutar contra a maré, nadei, nadei e me afoguei. Lutei contra todas as certezas que tinha de que o meu amor não era correspondido, mesmo sem ele perceber eu simplesmente tentava convencê-lo de que o amor não era tão ruim.
Falhei. Miseravelmente.
No fim, acabei de coração partido, e muito provavelmente carregando o fruto desse amor.
- Ju – Analu, minha cunhada estava impaciente olhando para mim – abre logo.
Atendendo os pedidos dela abri o envelope branco, com apenas o meu nome. Logo acima no papel do resultado tinha meus dados e a identificação do exame realizado “Beta HCG”, mais a baixo dava algumas explicações sobre quantidades e numero, e abaixo a palavra “Positivo” em letras pequenas pulava da página.
- Estou grávida – respondi enchendo os olhos de lágrimas.
Analu não disse nada, apenas me abraçou como se pudesse me embalar.
Em algum momento de paixão e luxuria o meu anticoncepcional falhou ou a camisinha do Juliano estourou, ou fomos descuidados, o fato era que agora eu carregava o fruto de todas as coisas que eu sentia por ele.
Dentro de mim, o meu amor por aquele homem se dividia em mais um pedaço, como uma linda história de amor, mas sem final feliz para mim e meu filho.

FIM.


Comentários via Facebook

28 comentários:

  1. Beatriz Andrade7 de março de 2017 00:11

    Olá, um conto bem interessante e gostei bastante do desenvolvimento e do final; a música eu não conhecia mas não curti tanto.

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    Respostas
    1. Oi Beatriz que bom que gostou! Obrigado por comentar!

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  • Heiii, tudo bem?
    Um conto diferente do que costumo ler.
    Adoro personagens femininos fortes como a que vc criou.
    Parabéns e que bom que voltou a escrever.
    Beijos.

    Livros e Sushi • Facebook • Instagram • Twitter

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  • Olá
    Sucesso com sua editora.
    Gostei dos personagens, ficaram bem interessantes e cheio de personalidade.

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  • Adorei! Gostei dessa dualidade e do ritmo que deu a história! Fiquei bem curiosa por mais!

    Bjos

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  • Entre Livros e Amores8 de março de 2017 15:37

    Olá ♥
    Que escrita maravilhosa. Adorei o conto, achei bem interessante. Sua escrita é bem fluida comecei a ler e quando percebi já estava no fim e querendo mais. Parabéns pela escrita, beijos!

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  • Livros Encantos8 de março de 2017 16:08

    Ola lindona adorei o conto, me diz que terá mais depois disso. Já quero saber como Juliano reagiu a noticias se seus sentimentos mudaram ou não rss. Parabéns pela escrita. beijos

    Joyce
    Livros Encantos

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  • Rosana Gutierrez - Livrólogos 9 de março de 2017 00:11

    Oi
    Gostei do conto. Uma história muito possível e escrita de forma fluida.
    A música é um gosto pessoal, pena que não é o estilo que eu gosto, mas conferi tb para ter a experiência toda.
    Bjs

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  • Olá!
    Gostei bastante do conto, principalmente por ter uma personagem feminina forte, como a Juliana. E achei interessante o casal ter o mesmo nome.
    Sua escrita deixa a leitura ainda mais agradável. Parabéns!
    Beijos.

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  • Adorei a música da Dulce Maria, a ex RBD. Ahhhh (gritando) kkkk Incrível! Super me identifiquei com a música. O conto é bem forte e triste de certa forma. Mais uma solteira com filho, né? Aff! Juliano podia ser um pouco mais sensível, não é? Esse lance de: "Só sexo" sempre acaba dando errado. Alguém sempre sai ferido. rs Você escreve muito bem! Adorei!

    Eliziane Dias

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  • Ana Caroline Santos10 de março de 2017 02:32

    Olá, tudo bem? Um conto bem diferente do que estou acostumada a ler, mas de uma maneira boa. Ele me tocou e é bem emocionante. A música não faz muito meu perfil, mas gostei <3 Sua escrita é fluida e leve!
    Beijos,
    diariasleituras.blogspot.com

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  • Joanice Oliveira10 de março de 2017 14:39

    Olá,

    Welcome again.

    Fiquei desolada com esse final para Ju e seu baby, mas nem sempre a vida é um "felizes para sempre" e normalmente sempre sofremos quando o assunto é amor.

    Beijos!

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  • Gente, que babado!
    Eu não acredito que a Ju estava grávida dele e que Juliano estava sendo um idiota.
    Que raiva que me deu dele.
    Por acaso vai ter continuação? Preciso saber o que acontece depois.

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  • Oiii!

    Eu acho contos uma coisa maravilhosa! É ótimo poder acompanhar a escrita criativa dos autores. Seu conto me deixou presa e com um misto de sentimentos. Parabéns!

    Beijinhos

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  • Oie adorei o conto. Acho sensacional que a pessoa consiga nos passar tanta coisa em uma história tão curta, não é mesmo?!
    Bjs

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  • Kamila Villarreal11 de março de 2017 22:57

    Olá!

    Estou com sentimentos divididos em relação ao conto. Parabéns pelas palavras escritas, mas ficou um gosto de quero mais, que esse conto poderia render algo bem maior. Gostei bastante, parabéns.

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  • Um conto bem escrito, direto em seus sentimentos e bem claro sobre as jornadas de seus personagens. Concordo com quem falou que tem potencial para mais partes. Parabéns à autora que nos capturou para a trama. Abraços!

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  • Quando eu li "Dulce Maria" meu coração até se alegrou. Eterno RBD q sou kkkk
    Quanto ao texto, achei muito bem estruturado e gostoso de ler, mas talvez você queira mudar a fonte.

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  • Oie, tudo bem? Que conto mais incrível. Desde o início nos sentimos envolvidos pelos personagens e curiosos em relação ao que vai acontecer. Muito bem escrito todo o enredo. Ainda não conhecia a música, mas já salvei para ouvir novamente. Beijos, Érika ^^

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  • Suzana Chaves Linhares12 de março de 2017 18:00

    Olá! Vai ter continuação né?! Pelo amor dos deuses da literatura diga que sim! preciso saber se Juliano saberá de tudo! Amei teu conto, gostei da velocidade da escrita, dos personagens, de tudo. Parabéns! beijos!

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  • Adorei a ideia de misturar música com escrita, no meu caso, leitura, ficou muito bom. Parabéns!

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  • Estou completamente arrasada com esse final... Puxa, que coisa mais triste, queria tanto um final feliz. Não necessariamente com o Juliano, mas queria que a minha xará Juliana fosse feliz.. rs...

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  • Olá!
    Que lindooo, ai meu olhos estão com lágrimas!
    Gente, que final de partir o coração, mas fazer o que né? Gostei muito, e parabéns pelo conto!

    beijos!

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  • Olá... Que conto lindo e fluido... Meus sinceros parabéns. Quanto a música, não conhecia porque não curto muito músicas. Da Dulce, não me bate, plejade... Mas, achei que ela casou bem com a história, mandou muito bem.

    Beijos

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