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Seu verbo diário, de Aila Sampaio

Por Salvattore Mairton •
terça-feira, 3 de abril de 2012

Nada aconteceu durante a noite para que ela acordasse sem querer ter rumo. O dia estava lá e as obrigações todas enfileiradas, inclusive os 15 minutos de cochilo da sesta. Tudo se passava lá dentro daquela cabeça incapaz de entrar em standy by nem durante o sono. 'Você precisa parar de SER um pouco', aconselhava Clarice... e ela respondia pela voz de Álvaro de Campos: "o que quero é fé, é calma. E não ter estas sensações confusas". Sensações... era isso: tudo sensações, pensamentos, confabulações sobre "a vida não pode ser só isso que eu vejo, as pessoas não podem ser só isso...". E correu pra vida, porque não tinha mais tempo pra pensar enquanto olhava o teto. Ia pensar dirigindo o carro, ouvindo música pra aguentar os engarrafamentos de veículos, pessoas, sentimentos, sensações. Ela sabia que viver não era só 'aguentar', 'suportar'. Viver, pra ela, tinha outro significado..."Bendito seja eu por tudo o que não sei; gozo tudo isso como quem sabe que há o sol" . Sim, Fernando Pessoa, a felicidade dela é essa: achar que sabe pouco e regozijar-se por isso. Seu verbo diário é APRENDER.

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